terça-feira

"Paris é uma festa"

Enfim, Paris!Chegamos a noite e ja fomos andar pela cidade, era um pouco tarde mas fomos até a Ópera (Lido) um belíssimo prédio, e fomos em direção ao Rio Sena, ja que todos os pontos turísticos estão bem próximos de sua margem. Passando pelo Louvre, onde atravessamos o museu que a noite é incrivelmente iluminado, assim como grande parte da cidade, demos de cara com a famosa pirâmide, e ao atravessar o prédio que estava fechado, deu pra se ter uma idéia do tamanho do museu e do seu acervo, acreditei quando disseram que para conhecer o acervo todo precisaria de muito dias, depois seguimos em direção a catedral de Notre Dame, caminhamos mais um pouco e voltamos ao hotel de metro para iniciar a visita à Paris no outro dia.
Ao chegar em Paris, iria testar o mito do francês rabugento, decidido a ver se eles são de pouca conversa mesmo, resolvi fazer da melhor, ou seria pior forma? Mas vamos lá... enquanto o Michel telefonava para o Brasil, eu decidi atravessar a rua e comprar uma água com gás, alertado sobre os costumes dos franceses e a fama de hostis, tentei me comunicar no idioma, não falo nada de francês, mas aprendi algumas das palavras mágicas: "olá", "bom dia", "por favor", "com licença", "obrigado". Espero que ajude. Na tentativa, fui lá pedir minha agua, arriscando algumas dessas palavras ja citadas, quando a garçonete me perguntou em inglês:
- Fala francês?
- Não
-inglês?
- Entendo bem!
- Espanhol?
- Um pouco!
- Português?
- Claro!!!
- Então porque você não fala em português???
Ela me responde totalmente estúpida, retruquei dizendo que estava colocando os pés no país agora e esse era o primeiro lugar que fui e só estava tentando me comunicar, ao menos ser educado, em vão...reclamei com o dono, um português que disse:
-Mas ela é sua conterrânea, blá blá blá...
E por acaso na França se fala português ?








Isso serviria de lição para as próximas paradas, pois é normal ao se ver em outra localidade turística, especialmente a França, que é o maior pólo receptor de turistas do planeta, e querer logo cair na cidade, uma dessas te deixa meio de olho vivo, antes de sair por ai com mapa na mão e perguntando sobre como chegar, ou onde fica tal lugar, nem sempre as pessoas querem conversa, ou querem para para dar informação, em Londres pude perceber que na rua só obtive informações com pessoas mais velhas, quando abordávamos as pessoas mais jovens pra perguntar eram sempre indispostos a ajudar, nem todos, mas uma boa parte.
Imaginei o tanto de vezes que eles devem responder a esse tipo de pergunta, é mais ou menos como tentar pedir informação no meio da avenida paulista em São Paulo, ninguém para, mas quando para é extremamente gentil.Mas ja era hora de andar pela cidade, e nada que um bom mapa ou guia de bolso não resolva a princípio, mapa na mãe e é claro: metro!



Paguei e saí espumando de raiva, não sem antes devolver a gentileza para a garçonete brasileira mal humorada.O engraçado que me recomendaram fazer isso que não teria erro, pois os franceses admiram o seu esforço em ao menos tentar falar o idioma deles, embarquei nessa pois sabia que eles não gostam de falar inglês.Vai entender!





Já estávamos bem "craques", pois depois que você se acostuma com o metro de Londres, pode ir na boa para outra metrópole europeia que você chega numa boa, ao entrar no vagão, o pessoal todo sentado tranquilo, quando chega um cara totalmente mal encarado e entra no nosso vagão, o cara começou a berrar, xingar em francês claro! E dar socos no vagão, estava visivelmente alterado, ou possivelmente drogado, deixando todo mundo assustado se entreolhando, decidimos sair, pois o cara estava bem perto da gente e ficava encarando e berrando, como estava no caminho sugeri uma visita ao Pére Lachaise, um dos cemitérios mais famosos do mundo, que abriga o túmulo de diversas personalidades, entre eles: Edith Piaf, Balzac, Alan Kardec, Chopin e o túmulo que eu queria muito conhecer, e que traz anualmente muitos visitantes a Paris: Jim Morrison, do "The Doors".
Enquanto Michel desenferrujava o que aprendeu nas aulas de francês eu peguei o mapa do cemitério, que é bem grande com muitas ruas, todas sinalizadas, e logo procurei pela sepultura de Jim Morrison. Tava fácil, era só seguir as pessoas por lá,vários mochileiros, figuras carimbadas, neo hippies, roqueiros, e turistas comuns andando na mesma direção. Fomos caminhando pelas ruas do cemitério, incrivelmente arborizados e muito bonito, na minha opinião nem um pouco mórbido para um passeio em um cemitério, parecendo mais um jardim, um pouco diferente confesso, mas é bem legal. Duvida?Faça um tour virtual: http://www.pere-lachaise.com/
Cegamos ao túmulo do rei lagarto, surpreendentemente o mais "comum" que eu vi por lá, o único com grade de proteção, cheio de bituca de cigarro e umas 10 pessoas em volta da sepultura, fotografamos, o Michel não quis tirar nenhuma foto dentro do cemitério, mas tava bem tranquilo, e também curtiu o passeio, tentando achar os túmulos das celebridades no mapa do cemitério.




Continuamos a andar por Paris, e logo na esquina do Pére Lachaise, decidimos experimentar o crepe, famoso por lá, onde o cara faz na hora, de vários sabores, pedimos o de nutella, achei um pouco enjoativo, mas ta valendo, seguimos em frente sentido Arco do Triunfo e Champs Elysées.



O arco é um monumento erguido por Napoleão, para comemorar vitórias militares e fica bem próximo da Champs Elysée, famosa avenida de Paris, avenida larga, bonita, arborizada, onde se localizam as famosas grifes e suas caríssimas lojas, é bem movimentada e ao mesmo tempo tranquila para caminhar, apesar de que quando chegamos la estávamos bem cansados, pois andar o dia inteiro cansa, a fome bateu e fomos no caminho do hotel comer a baguete, que é um "prato" bem típico da França,



Tem em todo lugar e é relativamente barata, mas é deliciosa, o que me chamou atenção na gastronomia de lá é a mostarda, totalmente diferente da que comemos no Brasil, e muito melhor, apesar de ser mais forte, engraçado que na baguete o "chef" colocou batata frita dentro do lanche, um cara simpático que também chamava Michel e sentou com a gente, batendo um papo, em inglês traduzido pela mulher do caixa, quebrando o mito do francês "xarope".


Voltamos a noite e fomos caminhar pelo Sena sentido Notre Dame, bem movimentada e iluminada, andar por Paris a noite é muito agradável, que cidade linda! Paris é a "cidade luz" porque foi uma das primeiras cidades a receber iluminação urbana, mas as lâmpadas são estrategicamente posicionadas para dar um efeito especial nos prédios, pontes, praças e jardins, destacando-os na paisagem noturna, E quando refletem no Sena ficam espelhadas, é muito mais bonito do que eu imaginava.

Paramos em um restaurante onde experimentamos a gastronomia de primeira que a cidade oferece, e ficamos de bate papo com um casal da mesa ao lado que puxou conversa ao pedir para tirar uma foto (ela chilena e ele francês)boa companhia e nos deu várias dicas interessantes sobre essa cidade fascinante. A conversa rendeu, além de simpático o casal tinha interesse cultural no Brasil, o francês ja havia feito um mochilão pelo brasil e conhecia a nossa cultura, e não só carnaval e caipirinha, tinha ido a vários lugares.Além da comida ser excelente tinha vista para Notre Dame toda iluminda.
Era dia 28 de julho, meu aniversário, decidimos a programação para aproveitar o dia visitando alguns dos pontos turístico mais famosos da cidade, começando por uma uma visita ao museu do Louvre, onde ficamos um bom tempo, vendo entre outras obras espetaculares, a mais famosa é a "Mona Lisa", ou "Gioconda", todos os caminhos levam a ela, mas nem de longe é a mais bonita, na minha opinião, mas é muito interessante o fascínio que a obra causa, ao tentar chegar perto e tirar uma fotografia tivemos que entrar nos cotovelos junto ao monte de turista japonês e suas máquinas de última geração para ver a disputada tela de Leonardo Da Vinci.

Tem a galeria dos pintores italianos, a "Vitória de Semotracia", "Vênus de Milo", a coleção egípcia, é sem dúvida um dos maiores museus do mundo, e o mais visitado.Tem muita coisa pra ver, o negócio é pegar o mapa e escolher as galerias e a sobras antes pra ganhar tempo dentro do Louvre.Como era verão europeu, havia filas intermináveis, porém pegamos dicas de outros viajantes e evitamos entrando pelo acesso da pirâmide, foram pouco minutos na fila.


Após a visita no Louvre fizemos o que milhares de turistas e viajantes fazem, fomos ao supermercado compra vinho , queijo e pão e fomos para o Champ de Mars, ou Campo de Marte, bem no centro de Paris, beirando o Sena, rumo a Torre Eiffel, ao chegar e deparar com a torre, fiquei impressionado e entendi porque é o principal símbolo de Paris, enorme e pode ser vista de quase toda a cidade, sentamos no "pé" da torre, não sem antes subir, a pé, até o segundo piso dela, parece pouco mas é uma subida bem cansativa, onde a maioria das pessoas preferem o elevador, mas a vista compensa cada degrau, mesmo com um bando de meninas árabes, de burka, ficam descendo bem rapido pelas escada e gritando alto, bem alto, sei la o que elas gritavam.La de cima da pra ver como a cidade é bem planejada, com suas avenidas arborizadas e seus prédios incríveis e toda a cidade.Que estava cheia de turistas.

Um passeio por mais que seja, que deve ser feito em Paris é o, que você quando sai da "visita" a torre é o´passeio de bateaux no anoitecer, uma surpresa incrível e inesperada, ao aguardar o sair para o passeio no Sena, estava praticamente escuro quando de repente a torre é iluminada por milhares de lâmpadas que brilhavam, causando uma reação que fez as pessoas soltarem um sonoro:ohhh!!!Abaixo daquela visão espetacular começa o passeio pelo Sena, onde o bateaux passa pelas diversas pontes de Paris, cada uma diferente da outra, com várias esculturas e desenhos diversos, era verão e a margem do Sena estava cheia de parisienses e turistas, é possível ver alguns "sem teto", embaixo de algumas pontes, mas todos equipados com suas barracas de camping, e não eram tantos assim.

Ver Paris pelo Sena é realmente ver a cidade sob outra ótica, vale cada centavo o passeio, por mais clichê que seja, é de cair o queixo, hipnotizados pela "surpresa", como se não bastasse, seguimos pelo passeio noturno pelo Sena, que dura uns quarenta minutos, meia hora, aproximadamente, antes de embarcar compramos o ticket e fomos a algumas tendas de artesanato e o que é curioso e interessante é que em Paris, pode-se ver vários artistas, arquitetos desenhando,pintando, por toda parte


No mesmo dia, anteriormente também visitamos Notre Dame com seus vitrais enormes e sua arquitetura gótica imortalizados por Victor Hugo em seu corcunda de Notre Dame e também pelo filme Van Helsing, que reproduz a estética de Paris e da Catedral em um contexto mais antigo, claro que tem outros filmes que retratam melhor a cidade, como "O último tango em Paris", "Antes do por do sol" mas me lembrei desse pois a cena na catedral é muito bem feita. Enfrentamos uma bela fila para entrar na catedral o que também tem o lado bom, se é que grandes filas tem o lado bom, que é observar atentamente os detalhes da catedral, ja tínhamos visto ela toda iluminada, mas estaríamos dentro em breve.

Por dentro é um pouco escura (propositalmente)para valorizar os vitrais e seus detalhes e cores que dão um ar alegre as pedras da igreja, dentro também tem um mini museu com maquetes de como foi construida e toda a sua história.






Andamos bastante pela cidade a pé, pois acredito que é o melhor jeito de se conhecer uma cidade: andando!Acho que é isso que diferencia um viajante de um turista, o turista vê mas não absorve, não interage com o meio, claro que há boas excessões, mas como você vai conhecer a cidade se não interagir com ela e seus habitantes?mas para concluir... essa cidade é incrível, bonita e escom sua incrível arquitetura, gastronomia e obras de arte nos diversos museus espalhados pela cidade, parques entre outras coisas, algumas coisas tiveram que ficar de fora, como o Palácio de Versalhes, que fica nos arredores, mas como o nosso tempo na cidade havia terminado, fica pra próxima. Paris deve ser vista e revista sempre, apesar do instável humor dos franceses é linda demais."è uma festa"!
É definitivamente um dos "1000 lugares pra conhecer antes de morrer"