Na cidade encontra-se a Basílica de Santo Antônio, famosa também por possuir entre seus itens as roupas e a língua de Santo Antônio, isso mesmo, a língua!Pesquisando sobre o assunto, as fontes diziam que ele pregava aos pássaros. Para além disso, é ainda considerado padroeiro dos pobres, sendo ainda invocado para ajudar a encontrar objetos perdidos, numa oração conhecida como "os responsos", no que é similar a São Longuinho (sim, aquele que a gente aprende a pedir quando é criança para encontrar os brinquedos perdidos!)
Santo António é considerado como um santo casamenteiro; segundo a lenda, era um excelente conciliador de casais.
No Brasil, muitas moças afoitas por encontrar um marido costumavam retirar o bebé dos braços das estátuas do santo, prometendo devolvê-lo depois de alcançarem o seu pedido. Por esse motivo, alguns párocos mandavam fazer a estátua do santo com o Menino Jesus preso ao corpo do santo, evitando assim o seu sequestro.
Outras jovens colocam a imagem de cabeça para baixo, dizem que só a mudariam de posição quando Santo Antônio lhes arranjasse marido. Estes rituais são geralmente feitos na madrugada do dia 13 de Junho.
O que é muito bom porque pode-se aproveitar as atrações das cidades, só tem que tomar cuidado com o horários,pois quando você percebe já fechou aquele museu que você queria ver, ou aquela catedral, mas dá pra tocar. Voltando a Basílica, por fora é bonita de tijolo à vista com um estilo arquitetônico mesclado, sim ,pois não há traço de uma escola genuína nela, a bela lua ajudava no contexto para tirar algumas fotos da basílica.
Logo bateu aquela fome, os dois esfomeados que estavam conversando no caminho sobre como seria fazer a primeira refeição em solo italiano, e as expectativas, se era parecida com a comida de vó, da tia, etc, eu já tava com o estômago saindo pela boca depois de caminhar fomos a um restaurante em frente a basílica, coisa que eu geralmente não recomendo que seja feita pois os restaurantes perto dos centro turísticos nem sempre são mais baratos, mas era tarde e não tínhamos muitas opções.
A comida pode ser a mesma, ou até melhor se você andar um pouquinho até outro quarteirão fora do atrativo central, afinal são muitas opções gastronômicas!
Nada disso! brincadeiras à parte o sujeito era bem comum e sério, nos cumprimentamos, olhei os documentos (selos, carimbos, etc, o Michel como é advogado deu uma pesquisada sobre isso pra eu não comprar gato por lebre e conferiu, tudo ok!) dei o dinheiro pra ele, que seguiu embora tranquilamente, sem os ares de teoria da conspiração pra matar o brasileiro que quer tirar cidadania italiana e vir para a Itália fazer a vida e abandonar o Brasil, e a missão dele era me matar antes de chegar no Brasil (piada infame)!!!
Pegamos o vaporetto que estava lotado, e chegamos na "Piazza di San Marco" que estava lotada de gente de todo o mundo, mas tinha muito japa tirando foto (pra variar!)como tem oriental visitando a Europa!Eles estão por toda parte, e tem uma, não ,duas coisas que me chamaram atenção, se você se aproximar de um japonês (isso vale para os koreanos,malásios e demais orientais) e pedir pra tirar uma foto, eles vão sempre sorrir e atender, mesmo que não entendam a abordagem ou se você estender a conversa eles vão balançar a cabeça e rir tipo: Ahhh, tô entendendo tudo, yes! yes!Depois eles vão tirar uma foto com sua máquina e você vai olhar e pensar: nossa! foto de porta retrato, enquadramento perfeito, etc...aí você retribui tirando uma foto dele com o grupo na máquina dele (que é mais moderna que a nossa, pode apostar!) e sai dando tchau.hehehehe.De praxe.
Mas voltando a Praça de São Marcos, imediatamente nós vimos um monte de gente alimentando pombos. Alimentando pombos?Sim!Então fomos lá com 1 euro cada comprar os saquinhos com milho(carinho hein tio?) para interagir com a pombaiada, que fazia a festa com o povo todo lá na praça, as vezes alguém era comtemplado e a bazuca traseira do bicho acertava alguém, mas era divertido dominar os pombos briguentos e famintos
Eles ficavam de plantão só seguindo você e na espreita para quando você coloca o milho na mão ele voa e fica comendo nela, é divertido fotografar isso, pois as vezes uns escapam e vão no milho que caiu na sua cabeça que aquele senhor feliz jogou pra cima o pacotinho dele todo, e aí já viu né?Ficam fazendo a festa se alimentando por toda a Praça de São Marcos, se tornando um atrativo a mais em Veneza.Após alimentar os pombos fomos almoçar em um restaurante a algumas "ruas" da Praça, comendo novamente uma massa(claro!)acompanhado de vinho, que curiosamente era mais barato do que refrigerante, pelo menos em Veneza.
Veneza é uma excessão, devido a enorme demanda de turistas, a cidade fica inflacionada, com preços altíssimos, parecia que a gente estava de volta ao tempo do governo Sarney, que diferença de Pádova para Veneza. Seguimos pela imponente fila da magnífica Catedral de São Marcos, detalhe que Veneza está toda cercada pelo mar, e conforme e maré sobe, a agua vem junto, é claro!
Alguns pontos irregulares ficam as poças de agua, como se houvesse uma infiltração, que ao menos refrescava ou enganava sob o sol escaldante e as raras sombras que fazia a alegria das sorveterias por toda a praça, que é cercada de restaurantes caríssimos, alguns com musica ao vivo, piano e tudo, mas só podem sentar nas cadeiras dos restaurantes os poucos sortudos que estão dispostos a pagar uma pequena fortuna por uma refeição por la, apreciando toda aquela arquitetura e paisagem.Após enfrentar a fila, entramos na Catedral de São Marcos, toda em estilo bizantino misturado com um pouco de influencia gótica, moldada por seus impressionantes mosaicos com representativas figuras e cenas.
Os mosaicos são uma atração a parte, pois são pequenos pedacinhos de pedras com ouro e bronze espalhadas por todo canto da catedral, por dentro e por fora, e ao se aproximar observa-se os detalhes de cada peça perfeitamente encaixada e ao se afastar fica parecendo um afresco, com uma perfeição beirando o impossível, é incrível imaginar como a humanidade pode ter feito coisas tão belas como essa catedral com tão poucos recursos materiais na época, sem guindastes, escavadeiras e outras ferramentas que hoje facilitariam o trabalho do homem.È proibido fotografar dentro da catedral mas é quase unanimidade as fotos por todos os lados, impossível não fotografar, e igualmente impossível tentar capturar por uma foto a beleza daquele edifício sagrado!
Seguimos subindo na parte superior da catedral por uma escada íngreme que leva a um pequeno museu e dá acesso à parte externa cuja vista impressiona, pois pode-se ver a Praça de São Marcos de um outro ângulo e como tudo é geométricamente perfeito, e somado a isso o mar logo a frente, o que torna realmente única a cidade.Na parte externa pode-se ver uma réplica dos "Cavalos de São Marcos", cujo original é a principal atração desse pequeno museu que eu citei antes, eles foram trazidos de Constantinopla (saqueados) assim como boa parte dos adornos da Catedral e devolvidos a Veneza, após um novo saque de Napoleão.
Apreciando aquela vista penso no viajante mais célebre da história: Marco Pólo, que partiu de Veneza para desbravar o oriente, com pouquíssimas referências sobre o que encontraria no caminho percorrido, o que descreveu Marco Polo foi fundamental para a geografia de seu tempo, e tudo no lombo de cavalos e camêlos, esse sim foi um verdadeiro desbravador e viajante, hoje temos a facilidade do avião, a velocidade de um trem, mas fazer tudo isso naquela época pode-se dizer que foi um grande feito para o ocidente e um grande passo para a humanidade (plagiando a frase do homem chegando a lua!)
Após a visita a Catedral fomos degustar o mundialmente famoso gelato, o sorvete italiano, que é delicioso e veio de encontro ao calor escaldante.Resolvemos ir a outro ponto turístico que fica na Praça, que é o campanário, que ao subir de elevador (após enfrentar um boa fila, é claro)pode-se apreciar a vista panorâmica de Veneza e seus canais, sua ilhas e o mar azul, o dia bonito ajudava e pudemos contemplar a cidade de cima.
Como é bela Veneza!Como manda a tradição, que diz que "se não se perder em Veneza, não conheceu Veneza" fomos conhecer a cidade do melhor jeito: andando!Passando por vielas estreitas no lugar das ruas , cortando os canais pelas diversas pontes espalhadas por toda a cidade, andamos , andamos e andamos, até se perder, o que não é difícil acontecer pois são "ruas" bem estreitas com seus sobrados e sacadas, bem parecidos, mas realmente uma viagem no tempo, cortando restaurantes, lojas diversas com seus cristais, máscaras do carnaval veneziano e muitas jóias, além das residências, as igulamente famosas gôndolas cheias de turistas e casais em lua de mel, que passeavam pelos canais sendo levados por gondoleiros, cuja profissão é essa mesmo:
Gondoleiro!Profissão que só existe por lá, e é passado de pai pra filho,e diga-se de passagem o passeio por gondola é bem caro, e não era o nosso caso, além de ser caro, não tínhamos interesse em passear de gondola e ser levados por uma italiano que fica cantando músicas, e também é hilário ver os casais nas gondolas dando chau pra todos e posando para as fotos alheias.Nada feito!
Após muita caminhada, a fome bateu e ja estava escurecendo, fomos então a procura de um restaurante, achamos um bem legal e fizemos uma bela refeição, antes de voltar a Praça de São Marcos, chegando novamente na Praça, sentamos um pouco, afinal, depois do dia todo caminhando o cansaço chegava, e sentamos ao lado da Catedral,onde ficamos batendo papo e observando a cidade e o fluxo, antes de voltar para pegar novamente o vaporetto, e depois do vaporetto novamente o trem para Pádova, então tivemos tempo de ver o pôr do sol por la, caminhando beira mar por entre a horda de turista, parei em uma das diversas barracas de souveniers e fiquei vendo alguns belos quadros e desenhos que retratam fielmente Veneza, pensando e um dia voltaria nesse belo canto do planeta, privilegiado e exclusivamente único.
Já no vaporetto, o Michel se entrosou com uma senhora e ficou papeando com ela, eu estava muito cansado e quieto, ela gostou da conversa e como todo italiano falava e gesticulava muito, antes dela descer, ele deu uma medalinha de Santo Antônio, santo da qual ela era devota, e saiu toda feliz, tipo uma "nona" italiana, que deve cozinhar espagueti para os netos e regar as plantas aos domingos, senhora simpática que ficava abraçando o Michel realmente agradecida pelo presente que ganhou: grazie!grazie!ciau!arrivederci!
Pegamos o trem de volta a Padova, eu só pensava em tomar um banho e dormir, o trem estava vazio e ao nosso lado tinha um casal e um cara, todos italianos, surgiu uma conversa, e notamos que mesmo com o bilhete na mão era nescessário validar esse bilhete, e tínhamos que fazer isso, pois poderia aparecer um fiscal a qualquer hora, disse o italiano, e tinha que ser rápido, entre as paradas do trem, o cara se ofereceu para ir lá e validar o ticket em uma maquininha eletrônica que tinha nas paradas do trem, ele ja estava levantando pra ir com nossos bilhetes na mão quando me levantei e disse:
- Vou junto!
Momento de tensão, pois, não entendo nada de italiano (apesar da conversa ter sido em inglês) disse pro Michel:
- Espera ai e puxa conversa com o casal que vou atras do cara pra ver onde ele vai com os tickets, e enquanto eu não voltar não deixa eles levantar e sumir.
Eu ja tava mais desconfiado do que rato quando vê queijo na ratoeira.Fomos lá, e o italianinho indo bem rápido entre os vagões e eu atrás dele igual zagueiro marcando atacante em final de copa do mundo, quando desceu do trem, o italianinho saiu no pinote e eu atras do corisco, já pensando em derrubar ele e pegar o ticket de volta, e ainda ver se dava tempo de voltar para o trem já que o mesmo estava parado mas ligado ainda, e logo partiria de novo, aí ja viu né?
Foi quando ele validou os nossos bilhetes na tal da maquininha do primeiro mundo e disse:
- Now it's ok!
E saiu correndo de volta para o trem, que saiu bem em cima da hora, depois entendi que tinha que ser rápido mesmo, pois a parada é bem curta. Agradeci o cara por ter nos auxiliado e disse pra ele depois que achei que ele iria sair correndo com o bilhete na mão, ele achou engraçado, mas deve ter pensado: Tinha que ser brasileiro esse lazarento, além de ajudar vai pensar que eu sou ladrão!Mas como eu iria saber pô!
A "sereníssima" Veneza é uma cidade encantadora, apesar de estar lotada nessa época do ano, não constatei o que alguns viajantes falavam, coisas como o mau cheiro nos canais, a cidade estava cheia, porém limpa, há muito artesanato espalhado em lojas por todos os lados, as belas gôndolas estacionadas no mar, os artistas de rua, os pombos que são um atrativo divertido, as ruas, mais precisamentes vielas em tons pastéis, que a noite ficam iluminadas na penumbra dando um ar soturno,
As muitas pontes cheias de detalhes, os sobrados com suas floreiras, esculturas em bronze, os milhares de casais apaixonados por toda parte em lua de mel, os japoneses com suas máquinas a tiracolo, enfim, a "sereníssima" é única e o melhor de tudo é que andando bastante pode-se conhecer o principal da cidade em um dia só, ou uma tarde, se perder nela e retomar o rumo na Piazza di San Marco umas 15 vezes.