quarta-feira

Itália: Pádua e Veneza, rumo a certidão italiana!

Chegamos em Pádua, que em italiano pronuncia-se "Pádova", cidade de médio porte da região do Vêneto, conhecida internacionalmente por seu mais célebre e ilustre morador: Santo Antônio!Sim, o santo casamenteiro, aquele mesmo da festa de 13 de Junho onde a mulherada come o pãozinho benzido e reza pra arrumar marido.



Na cidade encontra-se a Basílica de Santo Antônio, famosa também por possuir entre seus itens as roupas e a língua de Santo Antônio, isso mesmo, a língua!Pesquisando sobre o assunto, as fontes diziam que ele pregava aos pássaros. Para além disso, é ainda considerado padroeiro dos pobres, sendo ainda invocado para ajudar a encontrar objetos perdidos, numa oração conhecida como "os responsos", no que é similar a São Longuinho (sim, aquele que a gente aprende a pedir quando é criança para encontrar os brinquedos perdidos!)




Santo António é considerado como um santo casamenteiro; segundo a lenda, era um excelente conciliador de casais.
No Brasil, muitas moças afoitas por encontrar um marido costumavam retirar o bebé dos braços das estátuas do santo, prometendo devolvê-lo depois de alcançarem o seu pedido. Por esse motivo, alguns párocos mandavam fazer a estátua do santo com o Menino Jesus preso ao corpo do santo, evitando assim o seu sequestro.
Outras jovens colocam a imagem de cabeça para baixo, dizem que só a mudariam de posição quando Santo Antônio lhes arranjasse marido. Estes rituais são geralmente feitos na madrugada do dia 13 de Junho.



Logo após o check in (pra variar!) de mapa na mão saímos em direção: Ao centro, é claro!Passamos pela bela praça, uma das maiores da Europa, com várias estátuas, fontes luminosas, pessoas andando pela ciclovia, tomando sorvete, pois fazia calor,e fomos ver a Basílica de Santo Antônio por fora, pois estava escurecendo na cidade, aliás, não sei se comentei aqui no blog no verão as cidades europeias o sol se põe tarde, escurece lá pela nove da noite, em muitos lugares oito e meia nove hora é dia ainda, bem claro por sinal!

O que é muito bom porque pode-se aproveitar as atrações das cidades, só tem que tomar cuidado com o horários,pois quando você percebe fechou aquele museu que você queria ver, ou aquela catedral, mas dá pra tocar. Voltando a Basílica, por fora é bonita de tijolo à vista com um estilo arquitetônico mesclado, sim ,pois não há traço de uma escola genuína nela, a bela lua ajudava no contexto para tirar algumas fotos da basílica.



Logo bateu aquela fome, os dois esfomeados que estavam conversando no caminho sobre como seria fazer a primeira refeição em solo italiano, e as expectativas, se era parecida com a comida de vó, da tia, etc, eu tava com o estômago saindo pela boca depois de caminhar fomos a um restaurante em frente a basílica, coisa que eu geralmente não recomendo que seja feita pois os restaurantes perto dos centro turísticos nem sempre são mais baratos, mas era tarde e não tínhamos muitas opções.

A comida pode ser a mesma, ou até melhor se você andar um pouquinho até outro quarteirão fora do atrativo central, afinal são muitas opções gastronômicas!

Se puder evitar os restaurantes que tem cardápio escrito em diversas línguas (inglês, francês, alemão, chinês etc)e ir em algum mais autêntico que os "locais" frequentam, também torna sua refeição mais autêntica de certa foram.Isso vale para as demais cidades, Capiche?
Com o estômago colado na boca fomos ao restaurante, onde fomos atendidos pela dona Chiara, uma "mamma" que fazia a comida nesse restaurante que era de um casal colombiano, que tentou a vida na Itália (e deu certo!)pedimos uma salada e depois:Pasta! Claro! Eu pedi o espaghetti "al mare" (com frutos do mar)que tava fantástico! e o Michel optou pelo "ao pomodoro" o básico, mas delicioso molho de polpa de tomate e manjericão, regados a pão, azeite e um copo de chianti para acompanhar.Comida divina, no cenário mais ainda, em frente a basílica, com aquelas lâmpadas acesas, recriando um ar de "antigamente" como nos filmes italianos ou rodados na Itália, com as rua de pedra, os sobrados, as floreiras, e as senhoras varrendo a frente da calcada."tutti buona gente".
Dia seguinte fomos de novo na catedral, para conhecer por dentro, Michel tava ansioso pois, sua mãe é devota de Santo Antônio, e ficou perguntando sobre a língua do Santo, e queria conferir se estava realmente lá, e que aspecto teria.Entramos e nos deparamos com uma igreja totalmente diferente das que tínhamos visto em Londres, em Paris e na Alemanha, o que me chamou a atenção foi a quantidade de esculturas, alguns monumentos esculpidos em mármore branco por Donatello (não, não é o das tartarugas ninjas!)é o artista italiano renascentista. Tem também a capela do tesouro, onde os objetos de Santo Antônio se encontram, seu túmulo, além da famosa língua (envolta em um vidro com algodão).Detalhe: È proibido filmar ou fotografar dentro da basílica, que estava tendo um ritual (missa) ou algo assim quando entramos, apesar de ter pouca gente dentro.

O estilo é bem diferente das outras igrejas como falei, entram em cena as esculturas, pinturas e afrescos (pinturas na parede, como um mural)feitos por quem entende do assunto, e cada escultura impressionante, me marcou aquela basílica, e eu pensava, ainda tinha a Basílica de São Pedro, de São Marcos, o que está por vir?Ainda era bem cedo, e aproveitamos para comprar as imagens, crucifixos, terços, etc, aqueles que deixam as avós e as tias contentes por um tempão, a ainda de quebra nos protegem como amuleto, decidimos curtir o ensolarado dia em Veneza, e de trem!


Antes se seguir de trem liguei para meu contato na Itália sobre o documento original de nascimento do meu bisavô italiano, do qual tinha pago metade no Brasil, e pagaria a outra parte na entrega, assim que estivesse em mãos com o documento devidamente original e válido, documento que falta para eu pleitear a cidadania italiana.



Liguei para a pessoa, e combinamos de no encontrar em Veneza, logo na estação.Imaginei um monte de coisas, tipo, aqueles italianos do "O poderoso chefão" de sobretudo e luva, com seus cabelos pretos e dois capangas mafiosos em terno risca de giz ao lado, pra me receber e após me entregar a certidão, iria me esfaquear, ou atirar com sua arma e seu silenciador, onde ninguém via nem ouvia nada...eco!Ciau Itália???






Nada disso! brincadeiras à parte o sujeito era bem comum e sério, nos cumprimentamos, olhei os documentos (selos, carimbos, etc, o Michel como é advogado deu uma pesquisada sobre isso pra eu não comprar gato por lebre e conferiu, tudo ok!) dei o dinheiro pra ele, que seguiu embora tranquilamente, sem os ares de teoria da conspiração pra matar o brasileiro que quer tirar cidadania italiana e vir para a Itália fazer a vida e abandonar o Brasil, e a missão dele era me matar antes de chegar no Brasil (piada infame)!!!




Certidão na mão (na mochila!) chegamos a "Sereníssima" Veneza!!!

Da plataforma já se vê o mar e as construções ao fundo, os vaporettos (barcos/lanchas)que levam para dentro da "sereníssima", Veneza cidade cortada por canais, onde só se anda a pé e cruzam pelas pontes que ligam a cidade, que teve papel fundamental no mercantilismo em outros séculos, através de suas frotas.Depois da queda do Império Romano, a região foi invadida por diversos povos bárbaros, posteriormente anexada junto ao império bizantino contra ao árabes, fazendo riqueza com sua posição estratégica na rota do comércio, Veneza era a principal potência mercantil do século XIV.

Pegamos o vaporetto que estava lotado, e chegamos na "Piazza di San Marco" que estava lotada de gente de todo o mundo, mas tinha muito japa tirando foto (pra variar!)como tem oriental visitando a Europa!Eles estão por toda parte, e tem uma, não ,duas coisas que me chamaram atenção, se você se aproximar de um japonês (isso vale para os koreanos,malásios e demais orientais) e pedir pra tirar uma foto, eles vão sempre sorrir e atender, mesmo que não entendam a abordagem ou se você estender a conversa eles vão balançar a cabeça e rir tipo: Ahhh, entendendo tudo, yes! yes!Depois eles vão tirar uma foto com sua máquina e você vai olhar e pensar: nossa! foto de porta retrato, enquadramento perfeito, etc...aí você retribui tirando uma foto dele com o grupo na máquina dele (que é mais moderna que a nossa, pode apostar!) e sai dando tchau.hehehehe.De praxe.

Mas voltando a Praça de São Marcos, imediatamente nós vimos um monte de gente alimentando pombos. Alimentando pombos?Sim!Então fomos lá com 1 euro cada comprar os saquinhos com milho(carinho hein tio?) para interagir com a pombaiada, que fazia a festa com o povo todo lá na praça, as vezes alguém era comtemplado e a bazuca traseira do bicho acertava alguém, mas era divertido dominar os pombos briguentos e famintos

Eles ficavam de plantão só seguindo você e na espreita para quando você coloca o milho na mão ele voa e fica comendo nela, é divertido fotografar isso, pois as vezes uns escapam e vão no milho que caiu na sua cabeça que aquele senhor feliz jogou pra cima o pacotinho dele todo, e aí viu ?Ficam fazendo a festa se alimentando por toda a Praça de São Marcos, se tornando um atrativo a mais em Veneza.Após alimentar os pombos fomos almoçar em um restaurante a algumas "ruas" da Praça, comendo novamente uma massa(claro!)acompanhado de vinho, que curiosamente era mais barato do que refrigerante, pelo menos em Veneza.

Veneza é uma excessão, devido a enorme demanda de turistas, a cidade fica inflacionada, com preços altíssimos, parecia que a gente estava de volta ao tempo do governo Sarney, que diferença de Pádova para Veneza. Seguimos pela imponente fila da magnífica Catedral de São Marcos, detalhe que Veneza está toda cercada pelo mar, e conforme e maré sobe, a agua vem junto, é claro!




Alguns pontos irregulares ficam as poças de agua, como se houvesse uma infiltração, que ao menos refrescava ou enganava sob o sol escaldante e as raras sombras que fazia a alegria das sorveterias por toda a praça, que é cercada de restaurantes caríssimos, alguns com musica ao vivo, piano e tudo, mas só podem sentar nas cadeiras dos restaurantes os poucos sortudos que estão dispostos a pagar uma pequena fortuna por uma refeição por la, apreciando toda aquela arquitetura e paisagem.Após enfrentar a fila, entramos na Catedral de São Marcos, toda em estilo bizantino misturado com um pouco de influencia gótica, moldada por seus impressionantes mosaicos com representativas figuras e cenas.

Os mosaicos são uma atração a parte, pois são pequenos pedacinhos de pedras com ouro e bronze espalhadas por todo canto da catedral, por dentro e por fora, e ao se aproximar observa-se os detalhes de cada peça perfeitamente encaixada e ao se afastar fica parecendo um afresco, com uma perfeição beirando o impossível, é incrível imaginar como a humanidade pode ter feito coisas tão belas como essa catedral com tão poucos recursos materiais na época, sem guindastes, escavadeiras e outras ferramentas que hoje facilitariam o trabalho do homem.È proibido fotografar dentro da catedral mas é quase unanimidade as fotos por todos os lados, impossível não fotografar, e igualmente impossível tentar capturar por uma foto a beleza daquele edifício sagrado!

Seguimos subindo na parte superior da catedral por uma escada íngreme que leva a um pequeno museu e dá acesso à parte externa cuja vista impressiona, pois pode-se ver a Praça de São Marcos de um outro ângulo e como tudo é geométricamente perfeito, e somado a isso o mar logo a frente, o que torna realmente única a cidade.Na parte externa pode-se ver uma réplica dos "Cavalos de São Marcos", cujo original é a principal atração desse pequeno museu que eu citei antes, eles foram trazidos de Constantinopla (saqueados) assim como boa parte dos adornos da Catedral e devolvidos a Veneza, após um novo saque de Napoleão.


Apreciando aquela vista penso no viajante mais célebre da história: Marco Pólo, que partiu de Veneza para desbravar o oriente, com pouquíssimas referências sobre o que encontraria no caminho percorrido, o que descreveu Marco Polo foi fundamental para a geografia de seu tempo, e tudo no lombo de cavalos e camêlos, esse sim foi um verdadeiro desbravador e viajante, hoje temos a facilidade do avião, a velocidade de um trem, mas fazer tudo isso naquela época pode-se dizer que foi um grande feito para o ocidente e um grande passo para a humanidade (plagiando a frase do homem chegando a lua!)

Após a visita a Catedral fomos degustar o mundialmente famoso gelato, o sorvete italiano, que é delicioso e veio de encontro ao calor escaldante.Resolvemos ir a outro ponto turístico que fica na Praça, que é o campanário, que ao subir de elevador (após enfrentar um boa fila, é claro)pode-se apreciar a vista panorâmica de Veneza e seus canais, sua ilhas e o mar azul, o dia bonito ajudava e pudemos contemplar a cidade de cima.



Como é bela Veneza!Como manda a tradição, que diz que "se não se perder em Veneza, não conheceu Veneza" fomos conhecer a cidade do melhor jeito: andando!Passando por vielas estreitas no lugar das ruas , cortando os canais pelas diversas pontes espalhadas por toda a cidade, andamos , andamos e andamos, até se perder, o que não é difícil acontecer pois são "ruas" bem estreitas com seus sobrados e sacadas, bem parecidos, mas realmente uma viagem no tempo, cortando restaurantes, lojas diversas com seus cristais, máscaras do carnaval veneziano e muitas jóias, além das residências, as igulamente famosas gôndolas cheias de turistas e casais em lua de mel, que passeavam pelos canais sendo levados por gondoleiros, cuja profissão é essa mesmo:


Gondoleiro!Profissão que só existe por lá, e é passado de pai pra filho,e diga-se de passagem o passeio por gondola é bem caro, e não era o nosso caso, além de ser caro, não tínhamos interesse em passear de gondola e ser levados por uma italiano que fica cantando músicas, e também é hilário ver os casais nas gondolas dando chau pra todos e posando para as fotos alheias.Nada feito!




Após muita caminhada, a fome bateu e ja estava escurecendo, fomos então a procura de um restaurante, achamos um bem legal e fizemos uma bela refeição, antes de voltar a Praça de São Marcos, chegando novamente na Praça, sentamos um pouco, afinal, depois do dia todo caminhando o cansaço chegava, e sentamos ao lado da Catedral,onde ficamos batendo papo e observando a cidade e o fluxo, antes de voltar para pegar novamente o vaporetto, e depois do vaporetto novamente o trem para Pádova, então tivemos tempo de ver o pôr do sol por la, caminhando beira mar por entre a horda de turista, parei em uma das diversas barracas de souveniers e fiquei vendo alguns belos quadros e desenhos que retratam fielmente Veneza, pensando e um dia voltaria nesse belo canto do planeta, privilegiado e exclusivamente único.

Já no vaporetto, o Michel se entrosou com uma senhora e ficou papeando com ela, eu estava muito cansado e quieto, ela gostou da conversa e como todo italiano falava e gesticulava muito, antes dela descer, ele deu uma medalinha de Santo Antônio, santo da qual ela era devota, e saiu toda feliz, tipo uma "nona" italiana, que deve cozinhar espagueti para os netos e regar as plantas aos domingos, senhora simpática que ficava abraçando o Michel realmente agradecida pelo presente que ganhou: grazie!grazie!ciau!arrivederci!




Pegamos o trem de volta a Padova, eu só pensava em tomar um banho e dormir, o trem estava vazio e ao nosso lado tinha um casal e um cara, todos italianos, surgiu uma conversa, e notamos que mesmo com o bilhete na mão era nescessário validar esse bilhete, e tínhamos que fazer isso, pois poderia aparecer um fiscal a qualquer hora, disse o italiano, e tinha que ser rápido, entre as paradas do trem, o cara se ofereceu para ir lá e validar o ticket em uma maquininha eletrônica que tinha nas paradas do trem, ele ja estava levantando pra ir com nossos bilhetes na mão quando me levantei e disse:

- Vou junto!

Momento de tensão, pois, não entendo nada de italiano (apesar da conversa ter sido em inglês) disse pro Michel:


- Espera ai e puxa conversa com o casal que vou atras do cara pra ver onde ele vai com os tickets, e enquanto eu não voltar não deixa eles levantar e sumir.


Eu ja tava mais desconfiado do que rato quando vê queijo na ratoeira.Fomos lá, e o italianinho indo bem rápido entre os vagões e eu atrás dele igual zagueiro marcando atacante em final de copa do mundo, quando desceu do trem, o italianinho saiu no pinote e eu atras do corisco, já pensando em derrubar ele e pegar o ticket de volta, e ainda ver se dava tempo de voltar para o trem já que o mesmo estava parado mas ligado ainda, e logo partiria de novo, aí ja viu né?

Foi quando ele validou os nossos bilhetes na tal da maquininha do primeiro mundo e disse:


- Now it's ok!


E saiu correndo de volta para o trem, que saiu bem em cima da hora, depois entendi que tinha que ser rápido mesmo, pois a parada é bem curta. Agradeci o cara por ter nos auxiliado e disse pra ele depois que achei que ele iria sair correndo com o bilhete na mão, ele achou engraçado, mas deve ter pensado: Tinha que ser brasileiro esse lazarento, além de ajudar vai pensar que eu sou ladrão!Mas como eu iria saber pô!

A "sereníssima" Veneza é uma cidade encantadora, apesar de estar lotada nessa época do ano, não constatei o que alguns viajantes falavam, coisas como o mau cheiro nos canais, a cidade estava cheia, porém limpa, há muito artesanato espalhado em lojas por todos os lados, as belas gôndolas estacionadas no mar, os artistas de rua, os pombos que são um atrativo divertido, as ruas, mais precisamentes vielas em tons pastéis, que a noite ficam iluminadas na penumbra dando um ar soturno,



As muitas pontes cheias de detalhes, os sobrados com suas floreiras, esculturas em bronze, os milhares de casais apaixonados por toda parte em lua de mel, os japoneses com suas máquinas a tiracolo, enfim, a "sereníssima" é única e o melhor de tudo é que andando bastante pode-se conhecer o principal da cidade em um dia só, ou uma tarde, se perder nela e retomar o rumo na Piazza di San Marco umas 15 vezes.




A passagem pela Áustria e o Vale do Tirol

Atravessamos a fronteira da Alemanha rumo a Áustria, admirando a paisagem montanhosa rumo ao vale do Tirol, como seria uma passagem curta pela cidade de Innsbruck,chegamos na cidade a noite.Como disse seria uma passagem curta por Innsbruck, então não havia muita motivação para pesquisar sobre a cidade, ja tinha coletado alguns dados sobre a cidade e sua geografia, mas mesmo que a gente pesquisasse muito não teriammos tempo suficiente para ver tudo naquela bela região montanhosa, que fervilha no inverno, mas assim como Frankfurt, a cidade se torna uma parada "obrigatória" para quem quer atravessar por terra da Alemanha para a Itália, além de encurtar o caminho é uma parada interessante, em um belo pedaço da Áustria.
Fizemos o check in e saímos para caminhar, passando pelo famoso "telhadinho de ouro" um dos pontos turísticos da cidade.Um edifício cujo telhado é de ouro e cheio de detalhes,lembrando um telhado oriental, chinês, no centro da cidade, que não é muito grande, mas muito agradável para se caminhar a noite, com suas ruas e avenidas, bem sinalizadas entre os prédios históricos da cidade, eu estava louco para ver os picos de neve, falando em neve essa era a minha grande expectativa, apesar do verão europeu eu queria acreditar que veria a bendita neve, mas naquele breu não tinha como imaginar se veria, o clima estava bem agradável, ventando um pouco mas nada de muito frio.





Continuando pelo centro e com mapa na mão, pedindo informações com as pessoas da cidade descobrimos que os austríacos são muito simpáticos e são gentis ao passar informações sobre o local.Fomos a um restaurante experimentar a comida típica, que é um pouco diferente da Alemanha, mas tem algumas coisas bem gostosas, mas nada espetacular, depois continuamos a andar pela cidade, nas placas indicativas não dava pra entender absolutamente nada, assim como na Alemanha, o idioma é difícil, ainda bem que eles falam inglês.





Os austríacos dessa região são de ascendência tirolesa, e quando conversam são comunicativos e gesticuladores, parecendo que tem pressa o tempo todo, mas são bem divertidos, na cidade conversamos com alguns entre eles um taxista muito "figura" que nos deu informações sobre o terminal ferroviário, onde pegaríamos um trem para a Itália, e nos ajudou a achar um caixa eletrônico.












Como ja disse, era pleno verão na Europa e fazia sol, então, adeus para a expectativas de ver neve na cidade, muito menos nos alpes, o pico turístico na cidade é no inverno, onde viajantes de todo o mundo vem pra cá para esquiar nas estações, a cidade já sediou uma olimpíada de inverno.











É, não é dessa vez que vou ver a neve , há quem diga na cidade que à alguns verões atrás era possível ver no pico dos alpes muita neve, e a culpa é do aquecimento global.Enfim, nada de neve e muito sol.Saímos cedo pela cidade após coletar as informações sobre o trem para a Itália, que na minha cabeça já estava imaginando chegar a Itália na janela do trem vendo essa paisagem incrível, cheio de montanhas, lagos e uma vasta vegetação.




A estada em Innsbruck foi bem curta, não deu para aproveitar muito na cidade,porém no verão não tem muita coisa pra fazer mesmo, é uma cidade muito organizada, sinalizada, limpa mas é uma cidade de inverno, mas não poderíamos ter escolhida lugar melhor para a parada estratégica, nessa cidade toda cercada por montanhas e por um povo tão hospitaleiro.


Na estação encontramos dois mochileiros americanos que estavam fazendo intercâmbio cultural na Europa e estavam de férias mochilando pelo continente, trocamos algumas informações e depois ficamos conversando, eles me disseram que não gostavam do Bush (mas eram muito patriotas, como todos os americanos!) e como tinham vontade de conhecer a Amazônia, e se o que eles liam sobre o país era verdade, sobre a pobreza, as favelas, sobre o Rio de Janeiro, quando perguntei o que vinha na cabeça ao pensar sobre o Brasil um deles meio sem jeito disse:
- Ah! os garotos no morro com AK - 47 pregando fogo na polícia e entre eles.
Bom, tentei de alguma forma melhorar a imagem do país, falando sobre a parte histórica, sobre a natureza do Pantanal, chapadas e outras coisas, conclui que essa era a impressão deles, pois o filme "Cidade de Deus" fez bastante sucesso lá fora.
A expectativa do trecho de trem até a Itália foi superada por uma paisagem sem igual, montanhas, fazendas, propriedades rurais com suas casas típicas, e já em território italiano muitas plantações de maçã, que segundo me explicou um senhor alemão que veio conversando comigo a viagem toda,era cidra para fabricação de bebida.



(EDITAR ESSA FOTO DEPOIS)Manfred gostava de bater papo, e perguntava sobre a nossa viagem, por onde tínhamos passado e por onde passaríamos, a conversa estava boa, ele me contou mais sobre a Alemanha e como o país estava tendo problemas com o índice de natalidade contei sobre a agradável estada na Alemanha, ele que viajava com a mulher, que ficou calada o tempo todo e era mais tímida do que ele, ela ficava rindo meio sem graça, tentando ser agradável, até tirar uma soneca admirando atentamente a paisagem.

O Michel participou da conversa até dormir, eu não pude dormir pois o senhor empolgou na prosa, ele foi muito gentil, disse que se voltássemos para a Alemanha, poderíamos ficar na casa dele, deu até o telefone dele pra gente!Pode parecer estranho fazer isso, mas em alguns aspectos os Europeus de uma forma em geral são mais receptivos nesse sentido, em nenhum momento ele sequer parou para pensar que tinha conhecido a gente só agora, aliás é muito comum na Europa toda pedir carona e percorrer vários países nessa modalidade e é bem seguro por lá, mas voltando a hospitalidade, prova de que isso existe e muito maior do que pensamos é o hospitalitty club e o couchsurfing.
Após um cadastro no site, que tem pessoas de toda parte do planeta, onde pessoas podem ver seu perfil, e hospedam viajantes nas suas casa, de graça, e quando viajam fazem o mesmo, em troca de experiência cultural, ai depois que você se hospeda lhe é atribuída uma referência no site para que as próximas pessoas vejam antes de te hospedar, e você também deixa referências no perfil da pessoa que te hospedou, virando assim uma rede confiável para os mochileiros de todos os cantos.

Não era o caso dele, ele talvez desconhecesse esses clubes de hospedagem, mas o que ele mais reclamava sobre o país dele, era que as pessoas estão cada vez mais individuais cuidando de sua carreira e sem tempo para criar filhos, que:
- Daqui a pouco não vai mais existir netos no mundo,meu jovem!
Cara divertido.Após algumas horas nos despedimos deles e embarcamos na Itália.Já tínhamos um conceito diferente sobre o transporte, tendo feito 2 vôos, até agora e percorrido uma boa quilometragem de ônibus, mas o trem na minha opinião, e do Michel também, se tornaria o meio de transporte favorito, não tinha toda a encheção de saco dos check in dos aeroportos, despachar a bagagem, passar pela alfândega, detectores de metais e enormes filas.Além da rapidez e agilidade, sempre tem serviço de bordo, são mais confortáveis do que a poltrona do avião (pelo menos as da classe econômica!)e tem um atratívo incomparável, que se você viajar de dia já sabe:
Paisagem incrível pela janela.E a única coisa que aconteceu, foi ter que mostrar os passaportes antes de embarcar.Aí já é querer demais passar batido, né?

segunda-feira

A bela Alemanha


Saímos de Paris rumo a Alemanha, dessa vez de ônibus, eram 6 da manhã quando saímos para fazer um tour pelo país que menos pesquisei sobre, pois afinal queria o elemento surpresa para a Alemanha, pois ao planejar uma viajem você ja começa de certa forma nela, no planejamento, pra não dizer que não vi nada , vi o básico sobre o país.



Cruzamos a França passando por Luxemburgo, um país bem pequeno que fica na rota, a partir dai a paisagem começa a mudar, assim como a vegetação e o tempo também.Apesar de ser verão na Europa, está um pouco frio, levo minha blusa por garantia, paramos para almoçar em um restaurante na estrada, cuja comida é muito boa, por ser a primeira refeição em solo alemão foi melhor do que o esperado, só não tomamos cerveja porque era um pouco cedo.

Iríamos percorrer o que os alemães chamam de "rota romântica", cujo conceito surgiu na década de 50. Graças ao milagre econômico alemão, o que hoje se tornou uma boa estratégia de marketing nomear caminhos, estradas etc., na época foi uma tentativa num primeiro momento de atrair os soldados americanos que estavam estacionados nesta região.
Além disso, era importante mostrar aos turistas que quando se falava em Alemanha, não se pensava somente em guerra e destruição.
Enfim, a Rota foi um sucesso e hoje é sem dúvida uma das atrações mais procuradas da Alemanha.Apesar de ser bonita a região, pelo nome, até que não tinha muito casal em lua de mel, ainda bem, tínhamos feito amizade com o Itamar e Silvia, um simpático casal recém aposentados, e um grupo de Equatorianos, Mexicanos, que estavam por la.
O caminho que estávamos é conhecido pelo vinho branco produzido por lá, onde paramos para um passeio de escuna pelo Rio Main, com direito ao famoso vinho branco e alguns castelos de "quebra" pelo trajeto todo do rio, além dos vinhedos, ventava um pouco e deu uma chuva rápida, mas a vista era incrível.Os diversos castelos da região encantam pela beleza da arquitetura e pelo contexto da paisagem, ja terminando o passeio pelo rio Main, onde ficamos batendo papo com o casal de brasileiros, os únicos
eram nós, o resto era "gringo".
Descemos para conhecer Heidelberg e depois Rotembourg, duas cidadezinhas medievais da Alemanha que são exemplo de organização em turismo, e estão bem próximas, mas com beleza típica, medieval, com seus cafés, lojas de artesanato, catedrais e castelos,parece aquelas cidades que vinham no modelo do "lego" para montar, de tão organizadas e limpas que são, o comércio de artesanato, esse famoso pelo "cuco", sim o bichinho que sai do relógio de madeira, o Michel comprou um pra presente, e depois ficamos caminhando pelas ruas após tomar um café, nada de cerveja alemã ainda!Experimentei um doce típico muito gostoso em Hieldeberg, parecido com um strudel.
A cidade tem algumas pontes muito bonitas, e como é incrivelmente limpa, e com muito verde e flores por todo o lado, o clima estava bom, apesar do clima nessa época do ano variar um pouco entre sol e um pouco de nublado e chuva, o sol havia mostrado a cara.Parece que parou no tempo.



Após descarregar as fotos em uma lan, com um senhor alemão que dizia em inglês que, para dar certo, precisaria de "drrrrivaldi", "you need divrrralvi", demorou um tempão pra gente entender que se tratava de dvd, o figura ja tinha ficado no Brasil uns oito meses, na região do Ouro Preto, e cidades históricas, muito mais europeus do que eu imaginava ja tinha vindo ao Brasil, também, com a nossa moeda comparada ao euro, os caras podem vir ao Brasil ou qualquer lugar do mundo quantas vezes quiser.



Outro detalhe é que da Europa para outros países, como Índia, Marrocos, é muito mais barato do que ir de avião para outras capitais como Moscou por exemplo.Sorte deles.Antes de seguir almoçamos por lá, um prato que não demorou nada e muito saboroso, uma salda de batatas deliciosa e salsichas alemãs com mostarda, e que mostarda!Enfim a cerveja alemã, a primeira.



Seguimos para Frankfurt, para uma parada estratégica, também ja tinha sido avisado por outros viajante que Frankfurt não tinha nada de interessante, era só um lugar "pra fazer escala".Fomos ao centro da cidade, com uma praça bonita, bem movimentada, mas a quantidade de prédios novos de Frankfurt é algo fora de comum para os padrões europeus, ao menos no centro da cidade.Frankfurt é bem representativa para a Alemanha, pois é um grande centro financeiro da Europa abrigando vários bancos importantes e é famosa também pelas feiras automobilísticas, além do maior aeroporto da Alemanha.

Depois descobrimos que a cidade não tinha muito o que fazer no sentido de visitação em patrimônio histórico , pois havia sido bombardeada e reconstruida pós segunda guerra.De fato a cidade não é das melhores pra fazer turismo, bem moderna, bonita, mas bem longe do que esperávamos, afinal não estávamos empolgados em ver o centro financeiro.Seguimos para o hotel depois de andar pelo centro, sem ficar com muita saudades de Frankfurt. Após Frankfurt seguiríamos para Munique, onde na estrada, muito bem conservada, vimos vários carros em alta velocidade, algumas com limite de velocidade bem acima do que estamos acostumados.

No caminho a Munique ligamos para o Bories, outro conterrâneo que mora na cidade, e marcamos de tomar uma cerveja no centro de Munique.Depois do nosso atraso, fomos a um restaurante bem típico, e muito antigo segundo o Bories, que nos recebeu com a sua mãe, que estava na cidade, jantamos e tomamos algumas cervejas alemãs, experimentamos várias, impressionante a diversidade de cervejas, elas são um pouco mais fortes e encorpadas do que as nossas brasileiras, mas são excelentes, a prosa estava boa, mas seguimos.


Fomos andar pelo centro da cidade, onde paramos pra ver um músico muito carismático que ficava imitando alguns cantores famosos, e juntou um monte de gente ao redor, como tinha dito no post sobre Londres, coisa muito comum por lá, nas ruas, no metro, eles sempre com um chapéu ou boné onde o povo vai jogando moedas, o centro de Munique é bem bonito, com ares modernos misturados ao histórico, mas bem equilibrado.

Seguimos cedo andando por Munique, onde visitamos alguns pontos turísticos e onde faríamos a melhor refeição da viagem até agora, na noite anterior pedimos algumas dicas sobre o castelo mais famoso do país, ainda em solo da Baviera, ou Bavária para nós, seguimos em frente para um dos pontos altos da viagem.





Subindo por um espetacular caminho cortado por montanhas e ciprestes, paramos em um espaço onde paravam os carros e ônibus, ao pé da subida para o castelo que fomos visitar. o impronunciável: Schloss Neuschwanstein.






Perto de Fussen, a sudoeste da Baviera, perto da fronteira com a Áustria, estava o castelo do século XIX, que foi erguido por Luís II da Baviera, conhecido também por "Rei Louco" devido ás suas extravagâncias, a construção foi inspirada na obra de compositor clássico Wagner.



Sua arquitetura medieval, o qual serviu de inspiração ao "castelo da Cinderela", símbolo da Disney. Não é permitido fotografar por dentro, mas pode-se ver vários afrescos inspirados por Wagner, e é incrivelmente conservado, muito luxuoso, além de também ser considerado o "cartão postal" da Alemanha.



O nome Neuschwanstein significa "novo cisne de pedra", uma referência ao "cavaleiro do Cisne.Para subir até o castelo há uma rua pavimentada, que você pode escolher: a pé ou de charrete, fomos a pé, subindo, até chegar a uma ponte suspensa onde pode-se ver o castelo de um ângulo espetacular





Sua imponência na paisagem, cortada por desfiladeiros, cascatas, e muito verde por todo o lado, dando um ar bucólico, parecendo aqueles castelos de livro infantil, não é a toa que está disputando para ser uma das maravilhas do mundo, realmente inesquecível!






Na descida paramos um pouco e tomamos mais algumas das deliciosas cervejas do país, de onde seguimos para a Áustria, para uma curta passagem pelo país antes de ir para a Itália, a essa altura estávamos cansados mas felizes por ter visto esse impressionante monumento.






Alemanha, país de várias vertentes, moderna, com suas estrada e sua indústria automobilística famosa no mundo todo, seu centro financeiro, sua gastronomia surpreendente, suas cervejas, a conservação das partes históricas, enfim um país que merece ser visitado, e nem de longe ao visitar a Alemanha vem a cabeça qualquer menção à guerra, é agradável demais com um povo alegre e receptivo, preparadíssimo para o turismo.


Aproveitando a ocasião agradeço a hopitalidade do Bories e da sua mãe ao nos acompanhar em uma agradável refeição pela cidade, com dicas e muita informação sobre o país, da qual nos foi útil para entender melhor a Alemanha, regado a muita cerveja da melhor qualidade.

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