Atravessamos a fronteira da Alemanha rumo a Áustria, admirando a paisagem montanhosa rumo ao vale do Tirol, como seria uma passagem curta pela cidade de Innsbruck,chegamos na cidade a noite.Como disse seria uma passagem curta por Innsbruck, então não havia muita motivação para pesquisar sobre a cidade, ja tinha coletado alguns dados sobre a cidade e sua geografia, mas mesmo que a gente pesquisasse muito não teriammos tempo suficiente para ver tudo naquela bela região montanhosa, que fervilha no inverno, mas assim como Frankfurt, a cidade se torna uma parada "obrigatória" para quem quer atravessar por terra da Alemanha para a Itália, além de encurtar o caminho é uma parada interessante, em um belo pedaço da Áustria.
Fizemos o check in e saímos para caminhar, passando pelo famoso "telhadinho de ouro" um dos pontos turísticos da cidade.Um edifício cujo telhado é de ouro e cheio de detalhes,lembrando um telhado oriental, chinês, no centro da cidade, que não é muito grande, mas muito agradável para se caminhar a noite, com suas ruas e avenidas, bem sinalizadas entre os prédios históricos da cidade, eu estava louco para ver os picos de neve, falando em neve essa era a minha grande expectativa, apesar do verão europeu eu queria acreditar que veria a bendita neve, mas naquele breu não tinha como imaginar se veria, o clima estava bem agradável, ventando um pouco mas nada de muito frio.
Continuando pelo centro e com mapa na mão, pedindo informações com as pessoas da cidade descobrimos que os austríacos são muito simpáticos e são gentis ao passar informações sobre o local.Fomos a um restaurante experimentar a comida típica, que é um pouco diferente da Alemanha, mas tem algumas coisas bem gostosas, mas nada espetacular, depois continuamos a andar pela cidade, nas placas indicativas não dava pra entender absolutamente nada, assim como na Alemanha, o idioma é difícil, ainda bem que eles falam inglês.
Os austríacos dessa região são de ascendência tirolesa, e quando conversam são comunicativos e gesticuladores, parecendo que tem pressa o tempo todo, mas são bem divertidos, na cidade conversamos com alguns entre eles um taxista muito "figura" que nos deu informações sobre o terminal ferroviário, onde pegaríamos um trem para a Itália, e nos ajudou a achar um caixa eletrônico.
Como ja disse, era pleno verão na Europa e fazia sol, então, adeus para a expectativas de ver neve na cidade, muito menos nos alpes, o pico turístico na cidade é no inverno, onde viajantes de todo o mundo vem pra cá para esquiar nas estações, a cidade já sediou uma olimpíada de inverno.
É, não é dessa vez que vou ver a neve , há quem diga na cidade que à alguns verões atrás era possível ver no pico dos alpes muita neve, e a culpa é do aquecimento global.Enfim, nada de neve e muito sol.Saímos cedo pela cidade após coletar as informações sobre o trem para a Itália, que na minha cabeça já estava imaginando chegar a Itália na janela do trem vendo essa paisagem incrível, cheio de montanhas, lagos e uma vasta vegetação.
A estada em Innsbruck foi bem curta, não deu para aproveitar muito na cidade,porém no verão não tem muita coisa pra fazer mesmo, é uma cidade muito organizada, sinalizada, limpa mas é uma cidade de inverno, mas não poderíamos ter escolhida lugar melhor para a parada estratégica, nessa cidade toda cercada por montanhas e por um povo tão hospitaleiro.
Na estação encontramos dois mochileiros americanos que estavam fazendo intercâmbio cultural na Europa e estavam de férias mochilando pelo continente, trocamos algumas informações e depois ficamos conversando, eles me disseram que não gostavam do Bush (mas eram muito patriotas, como todos os americanos!) e como tinham vontade de conhecer a Amazônia, e se o que eles liam sobre o país era verdade, sobre a pobreza, as favelas, sobre o Rio de Janeiro, quando perguntei o que vinha na cabeça ao pensar sobre o Brasil um deles meio sem jeito disse:
- Ah! os garotos no morro com AK - 47 pregando fogo na polícia e entre eles.
Bom, tentei de alguma forma melhorar a imagem do país, falando sobre a parte histórica, sobre a natureza do Pantanal, chapadas e outras coisas, conclui que essa era a impressão deles, pois o filme "Cidade de Deus" fez bastante sucesso lá fora.
A expectativa do trecho de trem até a Itália foi superada por uma paisagem sem igual, montanhas, fazendas, propriedades rurais com suas casas típicas, e já em território italiano muitas plantações de maçã, que segundo me explicou um senhor alemão que veio conversando comigo a viagem toda,era cidra para fabricação de bebida.
(EDITAR ESSA FOTO DEPOIS)Manfred gostava de bater papo, e perguntava sobre a nossa viagem, por onde tínhamos passado e por onde passaríamos, a conversa estava boa, ele me contou mais sobre a Alemanha e como o país estava tendo problemas com o índice de natalidade contei sobre a agradável estada na Alemanha, ele que viajava com a mulher, que ficou calada o tempo todo e era mais tímida do que ele, ela ficava rindo meio sem graça, tentando ser agradável, até tirar uma soneca admirando atentamente a paisagem.
O Michel participou da conversa até dormir, eu não pude dormir pois o senhor empolgou na prosa, ele foi muito gentil, disse que se voltássemos para a Alemanha, poderíamos ficar na casa dele, deu até o telefone dele pra gente!Pode parecer estranho fazer isso, mas em alguns aspectos os Europeus de uma forma em geral são mais receptivos nesse sentido, em nenhum momento ele sequer parou para pensar que tinha conhecido a gente só agora, aliás é muito comum na Europa toda pedir carona e percorrer vários países nessa modalidade e é bem seguro por lá, mas voltando a hospitalidade, prova de que isso existe e muito maior do que pensamos é o hospitalitty club e o couchsurfing.
Após um cadastro no site, que tem pessoas de toda parte do planeta, onde pessoas podem ver seu perfil, e hospedam viajantes nas suas casa, de graça, e quando viajam fazem o mesmo, em troca de experiência cultural, ai depois que você se hospeda lhe é atribuída uma referência no site para que as próximas pessoas vejam antes de te hospedar, e você também deixa referências no perfil da pessoa que te hospedou, virando assim uma rede confiável para os mochileiros de todos os cantos.
Não era o caso dele, ele talvez desconhecesse esses clubes de hospedagem, mas o que ele mais reclamava sobre o país dele, era que as pessoas estão cada vez mais individuais cuidando de sua carreira e sem tempo para criar filhos, que:
- Daqui a pouco não vai mais existir netos no mundo,meu jovem!
Cara divertido.Após algumas horas nos despedimos deles e embarcamos na Itália.Já tínhamos um conceito diferente sobre o transporte, tendo feito 2 vôos, até agora e percorrido uma boa quilometragem de ônibus, mas o trem na minha opinião, e do Michel também, se tornaria o meio de transporte favorito, não tinha toda a encheção de saco dos check in dos aeroportos, despachar a bagagem, passar pela alfândega, detectores de metais e enormes filas.Além da rapidez e agilidade, sempre tem serviço de bordo, são mais confortáveis do que a poltrona do avião (pelo menos as da classe econômica!)e tem um atratívo incomparável, que se você viajar de dia já sabe:
Paisagem incrível pela janela.E a única coisa que aconteceu, foi ter que mostrar os passaportes antes de embarcar.Aí já é querer demais passar batido, né?
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